top of page

O papel crucial das lideranças femininas para a inovação no Rio Grande do Sul.

Danielle Cosme Danielle Cosme

Atualizado: 7 de fev.

lideranças femininas no rio grande do sul

Quando falamos de inovação, o Rio Grande do Sul sempre aparece como destaque. Somos um estado conhecido pelos nossos hubs de tecnologia, parques tecnológicos, feiras de nível internacional, startups e empresas que estão transformando os mercados e o cenário de inovação no Brasil. Mas, mesmo com todo esse avanço, ainda falta algo fundamental: diversidade de gênero nas lideranças.



A verdade é que incluir mulheres em cargos de liderança não é só uma questão de justiça ou igualdade – é uma estratégia. Empresas com mais mulheres em posições de liderança têm um desempenho financeiro até 25% superior à média do setor. Isso não é achismo, são dados. Estudos mostram que empresas com pelo menos 30% de mulheres líderes têm 12 vezes mais chances de estar entre as 20% melhores em desempenho financeiro.


Então, por que ainda temos tão poucas lideranças femininas para a inovação no Rio Grande do Sul?


Em startups, a liderança feminina ainda é minoritária, mas crescente. Aproximadamente 16% dos cargos de alta tecnologia na América Latina são ocupados por mulheres, sendo 5% a mais do que a média mundial. O Brasil possui mais de 13 mil startups ativas, porém apenas 4,7% das startups são fundadas exclusivamente por mulheres, ou seja, cerca de 600 startups, e aproximadamente 5,1% das startups têm cofundadoras mulheres, o que dá 663 startups. Fazendo as contas friamente, das 13 mil startups ativas no Brasil, menos de 1.300 possuem liderança feminina no quadro societário. E aqui no estado, não é muito diferente. Apesar de o Rio Grande do Sul ser um estado de grandes inovações, quando olhamos para as startups e empresas de tecnologia, a presença feminina ainda é tímida.

Além disso, algumas barreiras bem conhecidas tornam o caminho ainda mais difícil: seja o famoso "degrau quebrado", que impede muitas mulheres de alcançarem o primeiro nível de liderança, a falta de representatividade, visto que apenas 17% dos CEOs no Brasil são mulheres. Sem falar na desgastante jornada dupla e na diferença salarial entre homens e mulheres em cargos de liderança, que, apesar de estar em declínio, ainda apresenta uma discrepância.


Esses números refletem não só uma questão estrutural, mas também uma oportunidade desperdiçada.

Quando uma mulher assume uma posição de liderança, ela não só quebra barreiras para si mesma, mas também para muitas outras. Empresas lideradas por mulheres tendem a ser mais colaborativas, inovadoras e focadas no bem-estar organizacional. Pesquisas apontam que mulheres em cargos de liderança são avaliadas como melhores gestoras e mais populares e confiáveis pelos colaboradores.

E mais: essas empresas têm maior retenção de talentos e constroem uma reputação sólida no mercado. Elas provam que a diversidade é, de fato, um diferencial competitivo.


Como podemos transformar esse cenário no RS?

O Rio Grande do Sul tem tudo para ser referência nacional em inovação inclusiva. Mas ainda precisamos de mais iniciativas e ações práticas que incentivem as mulheres a liderar. Seja criando e realizando programas para preparar e incentivar mulheres para cargos de liderança, como o Programa EVA, uma iniciativa pioneira que combina mentorias individuais, apoio psicológico, workshops estratégicos e rodadas de negócios. Voltado para mulheres líderes em startups e empresas de inovação, o programa EVA já está promovendo mudanças significativas ao capacitar mulheres para assumirem posições estratégicas e transformarem o mercado. O desenvolvimento de políticas de inclusão com medidas que garantam mais mulheres em cargos estratégicos e o trabalho conjunto com hubs de inovação, governo e instituições para fomentar a liderança feminina também são essenciais.


A inclusão feminina em papel de liderança não é apenas um desafio, mas uma oportunidade. Cada mulher que ocupa uma posição de liderança é essencial para construir um ecossistema mais forte, diverso e inovador. O futuro da inovação no Rio Grande do Sul depende da inclusão, do desenvolvimento e do investimento em lideranças femininas, fundamentais para criar um ambiente mais forte, criativo, diverso e sustentável.

Comments


bottom of page